DENISE MENCHEN
DO RIO folha.com
Pelo terceiro ano consecutivo, o Cristo Redentor, no Rio, foi iluminado de rosa às 18h desta terça-feira (5). A ação faz parte da campanha "Outubro Rosa", que visa alertar para a importância do diagnóstico e do tratamento precoce do câncer de mama, doença que deve afetar 49.240 brasileiras neste ano.DO RIO folha.com
Desde 1997, quando foi criado, o movimento já coloriu a Torre de Pisa, na Itália, o Arco do Triunfo, na França, a Casa Branca, nos Estados Unidos, e as pirâmides do Egito, entre outros. No Brasil, a campanha é coordenada pela Femama (Federação Brasileira de Institutições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama). O lema deste ano é "Sem investimento o câncer de mama não tem tratamento".
A presidente da Femama, Maira Caleffi, destaca que, quando o diagnóstico é precoce, as chances de cura são de 95%. Uma pesquisa realizada em 2005, porém, mostrou que 45,3% dos casos de câncer de mama no país só são descobertos quando o tumor já está em estágio avançado. Esse fato é agravado pela demora entre o diagnóstico e o início do tratamento na rede pública.
"Quando a mulher é tratada no serviço particular, geralmente em 15 dias já foi submetida à cirurgia. No SUS, até chegar à mesa do cirurgião são no mínimo seis meses", diz.
Por isso, a Femama defende o aumento do investimento na capacitação dos médicos, na ampliação da oferta e da agilidade dos serviços de saúde e na conscientização das
mulheres. Cobra, também, a inclusão do combate ao câncer como um dos objetivos de desenvolvimento do milênio da ONU.
O oncologista Ricardo Caponero, membro do conselho científico da Femama, defende ainda a ampliação da oferta de medicamentos contra a doença no SUS, com a inclusão da vacina trastuzumabe e a ampliação da indicação dos inibidores de aromatase.
Segundo Caponero, a trastuzumabe é indicada para cerca de 20% dos casos, nos quais as pacientes apresentam grau elevado da proteína Her-2, que estimula o crescimento do tumor. O tratamento consiste na injeção de anticorpos que bloqueiam essa proteína. Segundo o oncologista, eleva em até 50% as chances de cura. O custo é de cerca de R$ 7.500 por mês.
Já os inibidores de aromatase pertencem a uma classe de medicamentos orais que inibem a produção de estrógeno pelas glândulas suprarrenais, que passam a ser a principal fonte desse hormônio após a menopausa. No SUS, porém, o medicamento só é utilizado em casos de metástase, quando a doença já se espalhou para outros órgãos. O custo mensal do medicamento, segundo Caponero, é de cerca de R$ 250.
"Não estamos pedindo a inclusão de medicamentos novos, que ainda estão tendo a eficácia testada. Estamos pedindo para que o SUS incorpore o que o mundo inteiro já incorporou", disse.
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